Mas não é isso o que importa.
O que importa é que o filme é lindo.
Sim, lindo.
Então, na terça estava conversando com o
Marcelo sobre um vinho que ele tomou em uma degustação naquele dia. Era um vinho francês,
Montrachet 1947.
De acordo com ele, um vinho espetacular. De acordo com o Google, beeem caro.
Para que eu entendesse melhor a experiência dele com o vinho, ele tentou fazer uma analogia ao cinema, o que acabou me levando de volta à minha experiência na noite anterior com o Batman.
Antes que alguém ache que, agora sim eu enlouqueci completamente, deixa eu explicar.
Primeiro, que Batman: O Cavaleiro das Trevas está muito além de um simples filme de super herói. Há ação, há adrenalina, mas muito mais do que isso, há uma preocupação do roteiro em mostrar personagens complexos, que vão além do puro maniqueísmo bem e mal.
O grande vilão do filme, o Coringa, já se tornou um dos maiores vilões do cinema atualmente. O seu desapego ensandecido é o que mais aterroriza no filme. Assistir de camarote tudo ruir, exatamente como ele manipulou, é sua maior gratificação. Sem mencionar a atuação perfeita de Heath Ledger, que me deixou com um nó na garganta.
Outro ponto forte do filme é a atuação de Aaron Eckhart, de quem na verdade sou muito fã. Era quase óbvio que ele conseguirira se destacar entre tantas estrelas. Harvey Dent não poderia ser outro neste filme, assim como o Coringa também não.
E o Batman, que quase se torna um coadjuvante em seu próprio filme, observa e tenta não deixar tudo ser destruído, provando no fim do que são feitos os verdadeiros heróis.
É verdade que o "mundo" de Batman é bem mais sombrio que dos outros heróis, mas mesmo assim sempre há aquela nuvem de faz de conta em volta dos super heróis, que se dissipa nesse filme, tornando-o um excelente filme policial. O que agrada tanto os fãs xiitas de HQ, quanto os cinéfilos que poderiam torcer o nariz para o Batman. Já que acima de tudo, não há dúvidas que se trata de um filme do Christopher Nolan, tornando-o, também, um filme completamente autoral.
Enfim, uma experiência mais do que gratificante para os amantes do cinema. O que me levou a pensar durante nossa conversa sobre o Montrachet 1947, é que com certeza assistir pela primeira vez um filme tão impactante, deve ser como provar um vinho francês espetacular.
Marcadores: divagações, filmes