Pois é.
Eu, pessoa alérgica que sou, tive umas crises de rinite muito próximas e que andaram atrapalhando minha vida, tipo não ir trabalhar (YUHUUU!) e passar o domingo em casa sem conseguir abrir o olho (ui!).
Então ontem criei vergonha na cara e fui ao alergista (que na verdade se chama imunologista).
Depois de uma pequena bronca porque sumi desde 2002 (misteriosamente o mesmo ano que Keith Richards cheirou o pai ¬¬) e de um
update sobre o que aconteceu comigo nestes últimos 5 anos,
porque para saber a razão da minha crise de rinite (que fique bem claro), ele precisa saber como vou indo, a família, amigos, trabalho, uma coisa quase psicanalítica, sabe? ele disse que ia fazer um pequeno teste no meu braço injentando apenas na pele, poeira e mofo. Apenas para saber se minha sensibilidade a essas substâncias aumentou.
Como eu não sou o Iggy Pop, nem o Keith Richards e nem a Dercy Gonçalves, no mesmo instante que ele injetou poeira no meu braço, fez um calombinho e começou a coçar... muito!
Minha garganta coçou um pouco também, mas não me deixei abalar e continuamos nosso papo agradável "Como vai você".
Dali fui encontrar com a Duda e a Beta.
Fui pra casa um bom tempo depois.
Vi TV.
Falei com a Mônica no telefone.
Até que percebi que minha garganta tava esquisita, meu pescoço coçava deseperadamente e meu rosto tava quente.
Como do meu braço parecia que ia sair um alien e minha mãe não me deixava olhar no espelho, percebi que "hmmmmm sim, eu deveria ir até o hospital mais próximo".
Por sorte é no fim da minha rua (literalmente).
Posso não ser o Iggy Pop, mas quase fui Mia Wallace...
Nunca fui atendida tão rápido na minha vida em uma emergência de hospital.
O cara da recepção olhou pra mim e me já levou pra dentro da emergência, passando todo mundo que tava horas alie esperando.
Pela cara que as pessoas me olhavam notei que eu não deveria estar muito bonita, e o fato de uma junta médica me abordar apenas pra me colocar na maca também não ajudou muito.
Inexplicavelmente consegui manter uma calma zen budista e o primeiro médico me perguntou:
- Você é alérgica a Polaramine?
- Não sei...
Ele olhou pra outro médico que segurava uma outra seringa e falou pra ele se preparar.
Hein?
Pra que?
O que tava acontecendo?
Ele aplicou o Polaramine em mim e segurou meu pulso.
Foi impressionante o efeito!
Em segundos o calombo do braço sumiu, minha garganta melhorou e percebi que o calor no rosto passou.
Uns minutinhos depois, já recuperada e com minha mãe menos branca ao meu lado, tive coragem de perguntar ao médico o que aconteceria se eu fosse alérgica ao Polaramine.
- Ele teria que aplicar adrenalina em você!
Aaaaaah ta! claro...
Após um aviso de que eu me sentiria um "pouco" sonolenta e vários agradecimentos da minha mãe a todos os médicos de plantão, fui pra casa pensando na cena do
Pulp Fiction com a injeção de adrenalina.
By the way: Um "pouco" sonolenta significou chegar em casa e despencar na cama sem conseguir nem trocar de roupa... Quase o mesmo efeito de uma garrafa de vinho.
(o que eu falei sobre o Iggy Pop mesmo?)